Aberto em 1996, a par com a loja de take-away, o restaurante da Tia Alice é hoje em dia o fiel depositário de toda a mestria e tradição de Negrais em assar leitões. Num ambiente acolhedor, a Tia Alice e a sua família presenteiam os comensais com uma ementa genuína, onde o leitão assado à moda de Negrais é o prato de eleição.
De facto, o leitão assado da Tia Alice trouxe a fama ao negócio de família com mais de cem anos.
O segredo está no método de assar e nos temperos e quem vem ao restaurante da Tia Alice encontra aqui os sabores autênticos da terra. Recentemente remodelado, no restaurante da Tia Alice sentimo-nos em casa, num espaço onde o perdura o sabor e a tradição.
A venda de leitões assados é um negócio que está na família há já várias gerações.
Tudo começou com Domingos Silvestre, ou Domingos do Canto como era conhecido,
o senhor que inventou o modo de assar “à Negrais”. Depois, foi a vez da mãe de
António Silvestre Simões entrar no negócio.
Nessa altura, ia-se buscar os leitões ainda vivos às estações de comboio de Mafra,
provenientes de Leiria ou da Malveira. Só mais tarde começaram a chegar a Negrais
para serem vendidos na feira. Cada comprador marcava o seu lote riscando o pêlo dos
leitões com uma tesoura. A marca da família tinha três riscos.
E a história começa…
Em 1958 António Silvestre Simões e Tia Alice casam-se e em 1959, a loja take-away toma forma.
Silvéria, a filha, começa desde cedo a ajudar os pais, fazendo a venda dos leitões
assados na “volta”. Torna-se assim um negócio de família de longa tradição até aos
dias de hoje.
Em 1996 é inaugurado o Restaurante “Tia Alice” em Negrais. Mais tarde, em 2006, o restaurante
de Loures abre para expandir o alcance do sabor mais além. Todas as gerações participam e
contribuem para manter e perpectuar o sucesso destes espaços e manter o segredo
bem guardado.
Actualmente, Silvéria gere o Restaurante Tia Alice, onde trabalham também as suas
filhas Alexandra, Lurdes e Teresa. O saber mantém-se na família e o sabor perdura.
A tradição tem uma História.
Todas as receitas tradicionais têm um segredo que as faz serem tão apreciadas e o
leitão da Tia Alice não é excepção. No início, os leitões eram assados no velho forno
que o sogro da Tia Alice usava para cozer o pão.
Talvez para evitar molhar o forno e permitir que a massa do pão se estragasse, foi
criada uma técnica que marcou o sabor e distingue o leitão de Negrais: sob um
alguidar, colocam-se dois pauzinhos ao jeito de jangada onde o leitão aberto é
deitado.
Hoje em dia, o forno é outro e de grandes dimensões, chegando a assar entre 15 a 20
leitões ao mesmo tempo.
Nascida em Albogas, Sintra, em 1920, a Tia Alice começou a vender leitões quando
casou-se com António Silvestre Simões, natural de Negrais.
O negócio pertencia à família do marido desde há muito.
Numa época em que vender leitões era encarado de soslaio e em que poucas mulheres
arriscavam a livre iniciativa, a Tia Alice e a cunhada viajavam sozinhas de comboio,
carregando nas alcofas os leitões que António tinha assado e que seriam vendidos
nas feiras de Agualva-Cacém, da Rinchoa, de Sacavém, da Venda do Pinheiro e todas as
da região. Começou assim a nascer a fama dos saborosos leitões à moda de Negrais.